Tattva Bodha

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Tattva Bodha

Uma introdução aos conceitos básicos do Advaita Vedanta, explorando a estrutura do ser humano e as práticas necessárias para o autoconhecimento. 

Tattva Bodha (Conhecimento da Verdade) é uma obra introdutória atribuída a Adi Shankaracharya, que apresenta os fundamentos da filosofia Advaita Vedanta. Esse texto é estruturado como um diálogo entre um professor (guru) e um estudante (shishya), explicando conceitos essenciais do Advaita de forma sistemática e pedagógica, com o objetivo de guiar o aspirante ao autoconhecimento.

Principais Tópicos do Estudo do Tattva Bodha
  1. Introdução e Importância do Conhecimento
    • O texto começa com a definição do propósito da obra, que é a transmissão do conhecimento necessário para a liberação (moksha). A busca pelo autoconhecimento é apresentada como o meio mais elevado para alcançar a libertação.
  2. Qualificações do Aspirante
    • Sankara descreve as qualificações necessárias para um buscador do autoconhecimento: discriminação (viveka), desapego (vairagya), as seis virtudes (ṣaṭ-sampat) como controle mental e dos sentidos, e um intenso desejo de liberação (mumukṣutva).
  3. Ser e Não-Ser
    • Um dos principais tópicos do Tattva Bodha é a distinção entre Atma (o verdadeiro Eu) e Anatma (não-eu, ou tudo o que não é o Ser). O Atma é descrito como Sat-Chit-Ananda (Existência, Consciência e Bem-Aventurança).
  4. Os Cinco Envoltórios
    • A obra detalha os cinco envoltórios (koshas) que encobrem o Atma: Annamaya (corpo físico), Pranamaya (corpo energético), Manomaya (corpo mental), Vijnanamaya (corpo da inteligência) e Anandamaya (corpo da bem-aventurança). Estes koshas são entendidos como camadas de ilusão que obscurecem a visão direta do Ser.
  5. Os Três Corpos
    • Sankara descreve os três corpos que o indivíduo possui: Sthula Sharira (corpo grosseiro), Sukshma Sharira (corpo sutil) e Karana Sharira (corpo causal). Esses corpos são veículos que carregam o ser ao longo do ciclo de nascimento e morte.
  6. Os Três Estados de Consciência
    • Sankara explora os três estados de consciência: vigília (jagrat), sonho (svapna) e sono profundo (sushupti). Estes estados são analisados para mostrar que o Atma permanece como a testemunha constante, imutável, apesar das mudanças dos estados.
  7. O Papel da Ignorância
    • A ignorância (avidya) é descrita como a causa do ciclo de samsara (nascimento e morte). É através da remoção dessa ignorância, pela realização da verdadeira natureza do Ser, que se alcança a liberação.
  8. Os Seis Inimigos Internos
    • Sankara destaca os seis inimigos internos que o aspirante deve superar: kama (desejo), krodha (raiva), lobha (ganância), moha (ilusão), mada (orgulho) e matsarya (inveja).
  9. Liberação em Vida
    • A obra conclui destacando a meta da realização da verdade, que é a liberação em vida (jivanmukti), onde o indivíduo, mesmo vivendo no corpo, está livre das amarras da ignorância e do ego.

Tattva Bodha é uma obra essencial para qualquer estudante do Advaita Vedanta. Ela fornece um mapa detalhado do caminho espiritual, identificando os obstáculos e as práticas necessárias para transcender a ignorância e realizar a unidade fundamental do Atma com o Brahman. A clareza e didática de Sankara fazem desta obra uma referência crucial para aspirantes que buscam um entendimento profundo dos princípios fundamentais do Vedanta.

Nota Introdutória

Antes de avançarmos ao estudo desta obra, é importante esclarecer a estrutura do texto traduzido. Utilizamos a transliteração latina, um método amplamente empregado em estudos acadêmicos. Trata-se da transcrição dos fonemas sânscritos para o alfabeto latino, o que nos dispensa da necessidade de ler diretamente em sânscrito. Isso nos oferece, ao menos, uma referência sólida, permitindo que identifiquemos com clareza as palavras correspondentes no texto original.

Dessa forma, podemos elucidar melhor alguns termos e conceitos, em vez de nos limitarmos a uma interpretação baseada apenas em intuições ou crenças — em doutrinas ou linhagens religiosas. Este estudo seguirá uma base científica, sendo primordialmente ancorado no exame da língua original, o sânscrito, e nas suas nuances linguísticas. Com isso, buscamos respaldar toda carga filosófica da obra escrita por Shankara no século VII e que ficou encoberta por interpretações tendenciosas ao longo dos séculos.